Itararé tem parada obrigatória para adeptos do rapel; conheça o Parque Ecológico da Barreira
05/09/2025
(Foto: Reprodução) Parque da Barreira atrai praticantes de rapel
Aventura e adrenalina andam lado a lado em Itararé (SP), onde existem cenários de tirar o fôlego. Entre grutas, rios e cachoeiras, os amantes do rapel encontram o equilíbrio perfeito entre o desafio do esporte e a contemplação das paisagens no Parque Ecológico da Barreira. O local ainda abriga um dos últimos trechos contínuos do Cerrado no município.
O Parque da Barreira é considerado o principal atrativo turístico da região de Itararé, pelo seu potencial e pela localização, à beira da Rodovia Francisco Alves Negrão (SP-258), a 4 km do centro da cidade. “Geralmente é o primeiro contato do turista. Depois dele o turista visita os outros atrativos”, comentou ao g1 o secretário municipal de Turismo, Edilson Moraes.
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Patrimônio natural, histórico e cultural de Itararé, o parque é aberto todos os dias para visitação, das 8h às 18h. Por mês, o espaço recebe, em média, 1.000 pessoas. A entrada é gratuita.
Parque Ecológico da Barreira, em Itararé
Cedida/Edilson Moraes
Mistura de sensações em segurança
No dicionário, rapel é definido como uma “ação que consiste na descida de uma superfície vertical, paredão ou vertente, com o auxílio de cordas específicas” e precisa ser realizado com segurança. É comum que seja realizado em meio à natureza, o que torna o parque atrativo, com suas “belíssimas paisagens como cânions e cachoeiras, ideais para a prática [de rapel] e ainda a facilidade de acesso aos locais”, segundo destacou Lucas Santos, instrutor de rapel.
Dessa forma, a prática do rapel demanda o acompanhamento de profissionais qualificados e com boa recomendação. Afinal, são vários pontos a observar. “Se o sistema de ancoragem está seguro para a descida e se no caminho não existem riscos não previstos na análise prévia, como animais peçonhentos e pontos frágeis. Ter um segurança, também conhecido como ‘anjo’, na parte de baixo da descida é essencial para a segurança dos praticantes”, apontou Santos ao g1.
A maioria das pessoas pode praticar o esporte. De acordo com o instrutor, o rapel não é indicado para grávidas, pessoas com mobilidade reduzida e problemas na coluna. Há pouca restrição quanto à idade. Pessoas que fazem uso de medicamentos controlados e contínuos também devem ser consideradas.
Santos orienta que os interessados em iniciar a prática devem procurar empresas confiáveis e que atendam às normas de segurança. Depois, é só aproveitar. “A primeira descida em um local, ainda desconhecido, é sempre emocionante. A mistura de sensações e a conexão com a natureza é marcante. Os rapeleiros sempre estão em busca dessa sensação, da adrenalina”, compartilhou.
“O rapel é um esporte super seguro e inclusivo quando todos os riscos estão mapeados. Quando atendemos todas as normas e recomendações, diminuímos os riscos a quase zero”, destacou ao g1 o instrutor, que reforçou a importância de os órgãos competentes exigirem dos praticantes o mínimo de treinamento e experiência comprovada.
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Parque Ecológico da Barreira, em Itararé
Cedida/Edilson Moraes
Amor à primeira vista
Apaixonado pelo Parque Ecológico da Barreira, em Itararé (SP), Dirceu de Godoy Mello encontrou no rapel um caminho para explorar ainda mais as belezas naturais do local. “Iniciei o rapel para acessar cavernas no rio Itararé, com parede de até 30 metros de altura, e foi amor à primeira vista. Nunca mais parei”, contou ao g1.
Desde o primeiro contato de Dirceu com o esporte, já se passaram quase duas décadas. A experiência, segundo ele, só foi possível graças aos cuidados com a segurança. “Se existem regras, é porque já houve acidentes. Graças a Deus, nunca me arranhei”, afirmou.
Conforme Dirceu, os equipamentos são essenciais e devem estar dentro das conformidades para garantir diversão sem riscos. “São cadeirinha, freio, cordas semi-estáticas que suportam até 2.800 quilos, cordelete de até mil quilos e trava-queda para iniciantes. São diversos itens”, indicou.
Mas, segundo Dirceu, não é preciso ter medo para aproveitar a vida e as paisagens da região. “O pior medo é de ter a oportunidade e não fazer, e depois se arrepender”, disse, ao reforçar que em Itararé há uma grande variedade de locais para a prática.
“Tenho esse luxo de sempre estar em lugar diferente. Itararé é uma rota diversificada para o turismo e para o rapel. São inúmeros lugares que encantam para a prática do rapel, como paredes, cachoeiras, pontes, descida negativa. É um lugar completo”, destacou ao g1.
Parque da Barreira atrai turistas com suas belezas naturais
Eternizando os momentos
Quem também foi atraído pela adrenalina é João Vitor da Silva Amaral. Além de praticar o rapel, ele busca eternizar cada desafio por meio de vídeos e fotos.
Desde pequeno, João se interessava por gravações e fotografia. Na mesma época, começou a praticar esportes, mas o rapel ainda era apenas uma vontade. Isso mudou há cerca de dois meses, quando iniciou a atividade radical. “Surgiu um convite de um amigo para ir participar, fui e gostei muito. Depois disso eu juntei o útil ao agradável, e comecei a fazer a nossa mídia do rapel”, contou ao g1.
Segundo ele, o objetivo é mostrar a força da natureza. “Eu quis transmitir o quanto a natureza é fantástica, pois tem muitas coisas que a gente pode fazer que a gente nem imagina, por exemplo explorar os lugares, estar conectado 100% com a natureza e poder vivenciar algo único que poucas pessoas vivenciam hoje em dia”, disse João.
Para o videomaker, o desafio é em dose dupla: no esporte e no audiovisual. Entre as dificuldades estão a perda de equipamentos e até de registros importantes. “Cada momento ali é essencial para o material”, declarou.
Itararé é um lugar turístico, que conta com rios, trilhas, cachoeiras, a própria barreira e cânions. Um “prato cheio” para quem gosta de aventura. “Um ditado que Itararé tem: quem bebe a água da barreira, sempre volta para Itararé”.
João reforça o quanto a beleza natural “é surreal” e possibilita “momentos únicos que só quem vive vai saber”.
“Eu indico para quem nunca veio a Itararé que, pelo menos, venha para conhecer um pouco dessa cidade maravilhosa. Eu tenho certeza de que quem já passou por aqui se encantou pela cidade e pela sua beleza que oferece”, convidou.
Sobre o parque
Localizado no município de Itararé (SP), o Parque da Barreira constitui-se como uma das últimas áreas contínuas de preservação do bioma Cerrado na região, destacando-se por sua relevância ecológica, geológica e histórica. Suas formações rochosas singulares, cachoeiras e trilhas em meio à vegetação nativa conferem ao local um valor inestimável para o ecoturismo e a conservação da biodiversidade.
Além de sua importância ambiental, o parque guarda memórias de episódios marcantes da história brasileira, como o Caminho das Tropas (rota histórica que ligava Viamão-RS a Sorocaba-SP), a antiga Estrada de Ferro Brasil-Uruguai e os conflitos da Revolução de 1930 e 1932, testemunhando a dinâmica sociopolítica do país. A prefeitura está regularizando a área para criar uma legislação que proteja o local.
Parque Ecológico da Barreira, em Itararé
Cedida/Edilson Moraes
No âmbito cultural e religioso, o parque abriga a Gruta de Santa da Barreira, local de devoção que atrai fiéis e peregrinos, reforçando o vínculo entre natureza e espiritualidade. Outro espetáculo natural é a revoada das andorinhas ao entardecer, quando essas aves retornam em revoadas impressionantes para seus ninhos nas fendas rochosas, criando uma cena de rara beleza e sinfonia ambiental.
Dessa forma, o Parque da Barreira consolida-se como um espaço multifacetado, integrando preservação ambiental, resgate histórico e manifestações culturais, merecendo reconhecimento e políticas públicas que garantam sua perenidade para as futuras gerações.
Localização: O Parque da Barreira está localizado às margens da Rodovia Francisco Alves Negrão (SP 258), a 4km do centro da cidade, uma posição estratégica no circuito do turismo regional.
Parque Ecológico da Barreira, em Itararé
Cedida/Edilson Moraes
Parque Ecológico da Barreira, em Itararé
Cedida/Edilson Moraes
Parque Ecológico da Barreira, em Itararé
Cedida/Edilson Moraes
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